Sinto saudades do futuro
- Thaíke Augusto
- 7 de set. de 2015
- 2 min de leitura

Sinto saudades do futuro...
E é justo e natural que seja assim. Somos filhos da transformação, como os vasos são moldados do barro e as borboletas são feitas da brisa.
Sinto saudades do futuro, e não abandonarei este sentimento. Já lhe deram nomes inúmeros, a maior parte escritos com arranhões medrosos. Sinto saudades do futuro, e morreria por esta canção melancólica de esperança. Sinto saudades do futuro e, mais que morrer, viverei por estas saudades.
Só a utopia é real. E não há sonho sonhado neste planeta que tenha feito mais que brincar de utopia. O universo sabe.
Só a utopia é real, pois o que provam os sentidos corporais são sonhos em face da realidade que se desdobra além. É quando fecho os olhos que vejo. É quando durmo que desperto. É quando amo que sou.
Prevejo estas memórias, e vejo mentes que amam e corações que pensam. Vejo o Amor e sua caixa de ferramentas de inteligências. Vejo o Amor se revelando entre as velas de amorezinhos como o Sol faz sumir o brilho tímido dos vagalumes. Vejo os filhos da transformação se ajoelharem, pasmos, diante desta luz. Vejo vergonha e admiração. E vejo só admiração. E vejo esperança. E vejo compreensão.
Prevejo nestas memórias os olhos dizerem mais que a boca, até que a boca não sirva para nada além do beijo do diamante. Prevejo nestas memórias que nem os olhos serão necessários. Prevejo que os indivíduos se farão grupos, os grupos se farão equipes e as equipes se farão famílias. Até que as famílias se façam cosmos. Até que a individualidade resplandeça nos variados timbres de uma mesma sinfonia universal.
Sinto saudades do futuro, mas compreendo que o (re)encontro é inexorável.
Estamos fadados à felicidade.
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